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A saga dos Sanumá

Divulgação/Fonte

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A promessa feita pela Funai de uma canoa e motor para servir de apoio ao grupo Sanumá, deslocado para a região de Erico, na Terra Indígena Yanomami, situada na parte do município de Amajari, em Roraima, “será cumprida” – A afirmação foi data pela própria equipe da Fundação que se reuniu no início dessa semana com representantes da Associação Txoli Taner, Fórum DCA Roraima e com Kasi Sanumá, uma das vozes do grupo que desde 2022 vem fazendo deslocamento de Auaris – sua região de origem. Foi o próprio Kasi que no último dia 25 de março acompanhou um voo com a equipe da Funai até a região de Erico. Na bagagem, cestas de alimentos e utensílios como facão. Ele falou que a região é bonita e distante poucas horas do posto de saúde. Kasi nos disse ainda que toda semana tem alguém do seu povo doente com malária. Já em Boa Vista, ele recebeu um vídeo de um jovem Sanumá que integra o grupo lá em Ericó. “Moramos aqui no meio da roça. Começamos o nosso plantio. Vocês podem ver. A nossa mandioca está começando a nascer. Vejam que nós estamos com necessidade de alimentação. Agradecemos a alimentação que chegou. Essa é a única comida que temos aqui. A nossa preocupação é que temos somente uma canoa pequena que usamos. A Funai ainda não mandou a canoa maior com motor. Caso a gente precise sair com urgência, se deslocar rápido com uma pessoa doente. A gente não tem com o fazer isso. Estou sabendo também que a saúde não tem canoa. A gente está preocupado com isso. Como tem muita malária aqui, não queremos que nenhuma criança vem a óbito. Então quero dizer pra vocês da Funai, quando a gente fizer qualquer reclamação não fiquem zangado com a gente. A gente não tá reclamando por reclamar. Nos pediram pra gravar esse vídeo da localidade onde estamos. Estou gravando. E gostaria que vocês não jogassem fora as nossas palavras. Que pudessem olhar pra nós nesse momento que precisamos de vocês.” – tradução feita pelo intérprete.
O relato desse grupo indígena Sanumá, é o verdadeiro reflexo do que chamo “espelho colonial” de séculos de dominação do “setenapi tä”, que na língua dos Sanumá se refere ao não indígena. Os Yanomami e Ye’kwana são povos de recém contato. A invasão de suas terras pelo garimpo nos últimos anos fez uma grande devastação da floresta e contaminação de seus rios. Hoje, o que vivência esse grupo de deslocado dos Sanumá na TIY e outro parte ainda nos arredores da periferia de Boa Vista, é apenas um pequeno grão de areia no corpo da mãe terra que chora pelos seus filhos. Seguiremos acompanhando essa saga dos Sanumá. Não é favor que o Estado brasileiro está fazendo …é obrigação.

*NOTA DE SOLIDARIEDADE: VIDAS INDÍGENAS IMPORTAM!*

ADUNEB se solidariza ao povo Pataxó, atacado com violência em suas terras no Extremo Sul da Bahia nesta quinta-feira (20).
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Dias após ampla mobilização dos povos indígenas em Brasília pela demarcação de suas terras, pataxós amanheceram sob violento ataque. Nesta quinta-feira (20), policiais civis e militares invadiram a Terra Indígena Barra Velha, no Extremo Sul do Estado, revistando as casas sem apresentar mandado e efetuando disparos. Segundo o MUPOIBA, a operação policial, que contou com cerca de 20 viaturas, valendo-se de força desproporcional, foi marcada por violência e até a noite de ontem foram constatadas as prisões de 20 indígenas, além de diversas pessoas feridas.

A ADUNEB se solidariza aos povos Pataxó e às/aos estudantes e professoras/es indígenas, especialmente os do campus de Teixeira de Freitas que integram os cursos de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena (LICEEI) e de Pedagogia Intercultural em Educação Escolar Indígena (PIEEI) da UNEB. A intensificação da violência na região em disputas de terras que visam retirar desses povos originários seus direitos ao território e à vida não é apenas lamentável, mas inadmissível. Requer do poder público uma resposta imediata. A seção sindical, historicamente, está ao lado da população indígena, na defesa de seus direitos, na valorização de sua cultura e pela garantia de segurança a essas comunidades. A ADUNEB reforça as trincheiras de luta junto a outras entidades em defesa da causa indígena e se coloca à disposição para discutir ações para seu fortalecimento. É preciso lembrar que esse território é sagrado para a população indígena e respeitar a história, a ancestralidade e a tradição daqueles que sempre estiveram neste país!

*COMITÊ MT DA CAMPANHA REPUDIA ASSASSINATO DE JOVEM POR DIRETOR DE ESCOLA ESTADUAL MILITARIZADA*

O Comitê Mato Grosso da Campanha Nacional pelo Direito à Educação expressa seu mais profundo repúdio à brutalidade envolvida na morte do jovem Claudemir Sá Ribeiro, de 26 anos, assassinado a tiros no último domingo (23/03) por um tenente da Polícia Militar que também é diretor da Escola Estadual Militar Tiradentes, de Colniza (MT).

Este incidente, registrado por câmeras de segurança, ilustra a gravidade das consequências da militarização das escolas. Em vez de promover a segurança e o bem-estar dos estudantes e da sociedade, a presença armada de militares dentro e no entorno das instituições de ensino pode transformar essas localidades em terrenos propensos à violência e ao medo. A militarização não apenas desumaniza o espaço educacional como também coloca os estudantes, a comunidade escolar e toda sociedade em situação de vulnerabilidade, sendo vítimas potenciais da violência institucionalizada.

📌 Diante desse fatídico episódio, torna-se urgente afirmar a inconstitucionalidade desse modelo educacional que prioriza soluções armadas e baseadas na intimidação, em vez de promover um ambiente pacífico e acolhedor para a concretização do processo de ensino-aprendizagem. Esse modelo não foi pactuado em nenhum Plano de Educação, seja nacional, estadual ou municipal, indo na contramão das Políticas Educacionais que vislumbram a Educação Integral de Crianças, jovens e adultos.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação subscreve a nota do Comitê MT da entidade. ➡️ *SAIBA MAIS: Acesse

*IV FEIRA DE ECONOMIA CIRCULAR COM MULHERES NA AMAZÔNIA*

A Rede Cáritas em Roraima, junto a Diocese de Roraima e a Fundação Fé y Alegria do Brasil, tem a satisfação de convidar a todos(as) para a IV Feira de Economia Circular com Mulheres na Amazônia.

A feira é oportunidade para promover o intercâmbio cultural e econômico, onde mulheres brasileiras e migrantes apresentam seus trabalhos e a população pode acessar diversos produtos e serviços oferecidos pelas mulheres participantes

O evento ocorre no dia 4 de abril, iniciando às 15h. Além da oferta de produtos e serviços, haverá também apresentações artística boms culturais e de trabalhos na proteção e direitos das mulheres.

DIREITOS HUM@NOS EM PAUTA
com o jornalista
Paulo Thadeu Franco das Neves
paulothadeufdasn@gmail.com
@jornalistapaulothadeu

*Jornalista (DRT n°275 MTB-RR), filiado ao SINJOPER, FENAJ , ABI. editor do Portal de Notícias INFORME POPULAR, conselheiro nacional do CONANDA,membro do Fórum Estadual e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, professor, pós graduado em filosofia (UERR) e mestre em comunicação (UFRR), produtor cultural, cineasta e escritor. Integrante da rede nacional de proteção a jornalistas e comunicadores. Pesquisador do Opoinfancias. Do povo macuxi, filiado à Associação Estadual Indígena Kamuu Kandan de Roraima.