Após um ano de atividades, o Pontão de Cultura Roraima chega ao fim deixando um rastro de aprendizado, conexões e fortalecimento da Cultura Viva no estado. O projeto capacitou dez jovens Agentes de Cultura Viva, oriundos de comunidades já parceiras do Pontão, e contribuiu para ampliar redes culturais, estimular a formação cidadã e fomentar o sentimento de pertencimento entre diferentes expressões culturais.
Ao longo deste ciclo, os agentes estudaram as bases da Política Nacional Cultura Viva, aprofundaram conhecimentos sobre leis de incentivo à cultura e aprenderam sobre gestão cultural, incluindo a leitura de editais e a elaboração de portfólios. Além da formação teórica, os jovens participaram de encontros com mestres e fazedores de cultura, vivenciaram trocas significativas com outras expressões artísticas e estiveram presentes em eventos e atividades culturais em todo o estado.
A coordenadora da meta de formação, Tayla Moura, celebrou o impacto da iniciativa:
“Repassar o que sei para outras pessoas não é algo fácil, mas foi uma experiência que me encantou do começo ao fim. Trabalhamos conteúdos sobre a cultura popular brasileira, sobre os Pontos e Pontões de Cultura, e os meninos puderam participar de videoconferências com mestres como Paulo Tadeu, Marcos e Flávia Bezerra. Tenho certeza de que levarão esse aprendizado para a vida.”
A coordenadora da meta de Mobilização e Articulação, Catarina Ribeiro, avaliou de forma positiva o percurso dos jovens:
“Todos os agentes reconheceram a importância dessa formação. Eles estudaram profundamente a Política Nacional Cultura Viva, a Política Nacional Aldir Blanc e também temas ligados à gestão cultural. Além disso, refletimos juntos sobre nossa condição amazônica, sobre direitos humanos e sobre a diversidade que nos compõe. O que construímos aqui não termina, os vínculos que criamos permanecem, cada um na sua intensidade.”
Entre as ações do Pontão, destaque para a campanha em formato de Podcast “Vozes de Roraima, Sou da Amazônia!”, que deu voz a jovens talentos locais e celebrou a riqueza cultural da Amazônia roraimense. Também foram realizados circuitos culturais em parceria com outras entidades, promovendo a circulação e a integração entre diferentes grupos e territórios.
Beatriz Brooks, coordenadora do projeto, destacou a importância dessas ações:
“Ter participado dos circuitos foi importante em muitas dimensões. Os circuitos reforçaram nosso compromisso com a descentralização cultural e fortaleceram as conexões entre os pontos de cultura, estimulando parcerias e fomentando um sentimento de rede, de pertencimento coletivo.”
Para os agentes de cultura, o Pontão representou uma verdadeira transformação.
Sandra Rodrigues compartilhou:
“O Pontão abriu muitas portas e novos horizontes na minha vida cultural. Aprendi saberes diversos com meus colegas e mestres, foi um aprendizado pessoal e acadêmico.”
Anna Kelly também expressou sua gratidão:
“O sentimento que fica é de profunda gratidão. O que vivemos no Pontão é mais que atividade cultural, é memória viva, é território, é identidade compartilhada. Cada história contada, cada gesto coletivo, tudo isso me transformou. Como Agente Cultura Viva, afirmo com orgulho: resistimos, existimos e florescemos.”
Thales Moura destacou as experiências vividas durante o projeto:
“Gostei de todas as atividades propostas. O Pontão colaborou muito na minha vida, me ensinou a respeitar as demais culturas e me proporcionou vivências inesquecíveis, como a visita às comunidades indígenas Warao e Canauanim, e a participação no Marcult 2025.”
Queren Esteves também celebrou o impacto da formação:
“Aprendi sobre culturas que eu pouco conhecia e ampliei meus horizontes. O Pontão me ensinou sobre a diversidade cultural do nosso estado e me fez enxergar tudo com novos olhos.”
Embora este ciclo do Pontão de Cultura Roraima se encerre, Catarina Ribeiro reforça que este não é um adeus:
“A maioria dos agentes vai manter o vínculo com o Pontão, muitos deles vêm das organizações que continuam no próximo ciclo do projeto.”
O Pontão de Cultura Roraima cumpriu seu papel de formação, mobilização e fortalecimento da rede cultural no estado. Mas mais do que isso, plantou sementes de afeto, resistência e memória. Porque a cultura é assim: um fio que nos conecta, um lugar onde resistimos juntos e onde florescemos, mesmo quando o ciclo se encerra.
